A sede da Fundação AEP acolheu na passada quinta-feira, dia 2 de fevereiro, o evento “Controlar o Risco – Uma perspetiva dos riscos para as organizações em 2023”.
Através da apresentação do projeto, C2R – Control to Risk, Sérgio Resende, CEO da RMP e do C2R, abriu as portas do primeiro observatório de riscos em Portugal. “O Control to Risk é de facto um programa fundamental que vem dar resposta às necessidades das empresas perante o risco. O C2R traz mais informação e melhor capacidade de decisão para as empresas que querem gerir os seus riscos e por isso a Fundação AEP acolheu este projeto desde a primeira hora”, referiu Luís Miguel Ribeiro, Presidente da Fundação AEP.
Para melhor compreender a realidade nacional e as ameaças para a rede empresarial em Portugal, foi apresentado o estudo que originou o relatório “TOP RISCOS 2023 – Uma visão sobre o nível de risco para o ano 2023” com os dez principais riscos para as organizações. Neste estudo, o observatório antecipa e descreve as tendências e principais riscos para este ano, apresentando ainda uma visão de exposição das organizações em Portugal, obtida junto de gestores nacionais.
A jornalista da RTP Patrícia Cracel, moderou o debate focado nos principais impactos dos riscos presentes no estudo, onde Paulo Pinheiro, Diretor de Crédito – Médias Empresas do Banco BPI, afirmou que “a evolução da economia nos próximos tempos é uma enorme incerteza”. Os últimos dois anos de pandemia mexeram com a economia mundial, sendo que em Portugal “foram dois anos de crescimentos muito robustos, superiores à pré-pandemia, algo que não acreditávamos ser possível e neste momento temos dúvidas se conseguiremos escapar a uma contração da economia já no primeiro trimestre do ano”.
Para empresas como a Mota Engil, que praticam a gestão de risco com um departamento dedicado, as ameaças dos anos precedentes viram o seu impacto minimizado. No caso da construtora, foi possível inclusive duplicar a carteira de encomendas quando comparando com o ano anterior à pandemia. No entanto, este aumento do número de projeto implica um maior investimento, o que em muitas empresas pode ser difícil de obter, “poderá haver alguma dificuldade no acesso a financiamento ainda que esse cenário esteja mais diluído do que já esteve há alguns meses atrás”, respondeu Filipe Guerra, Global Head of Risk and Compliance da Mota Engil.
Um outro assunto que se destacou durante o debate foi a perceção de risco das novas gerações de gestores e administradores que iniciam a sua carreira. Agostinho Sousa Pinto, Membro do Conselho Técnico Científico e Vice-presidente do ISCAP, sublinhou a dificuldade que muitas empresas enfrentam quando recrutam talento jovem, uma vez que a sua preocupação assenta no risco do seu dia-a-dia pessoal. Para muitos o risco ainda é tido como “um desenrascanço”. No entanto, devido à exposição aos riscos que as empresas enfrentam, cada vez mais existe a necessidade de gerir o risco através da antecipação, “necessitamos de o identificar, qualificar, quantificar a probabilidade e o impacto que ele terá se acontecer e nessa matriz é que identificamos onde é que as empresas devem estar focadas”, disse o Vice-presidente do ISCAP.