Esta é uma das palavras que mais tem marcado a última década. Num mundo volátil, onde os riscos se escondem na sombra de cada ação, a resiliência torna-se um pré-requisito na estratégia empresarial. Especialmente para quem ocupa cargos de liderança, como administrador ou gestor, é fundamental entender o que este conceito representa e como ser resiliente no dia-a-dia.
Vimos em estudos e reportes, como o TOP 10 Riscos 2024: Além da Incerteza, que as tensões geopolíticas, a inflação e uma previsão económica negativa são as prioridades dos CEO. É perante esta incerteza iminente que muitos líderes procuram construir uma estratégia sólida, baseada na resiliência. Mas por onde começar? Afinal o que significa ser resiliente? Para ajudar a responder a essas questões, preparamos um artigo onde abordaremos:
O que é resiliência?
A resiliência pode ser definida como a capacidade de se adaptar e se recuperar de eventos disruptivos, sejam eles crises económicas, mudanças no mercado, desastres naturais ou pandemias. Numa visão macro, a resiliência refere-se à habilidade de resistir à pressão e manter a integridade operacional e estratégica, independentemente das circunstâncias adversas.
No contexto empresarial, a resiliência envolve a construção de sistemas, processos e culturas organizacionais que permitam à empresa enfrentar e superar obstáculos eficazmente. Isso inclui a capacidade de antecipar e responder rapidamente a eventos disruptivos, aprender com as experiências passadas e adaptar-se continuamente às mudanças externas.
Uma empresa resiliente é capaz de absorver o impacto de um evento adverso, aprender com a experiência e tornar-se mais competitiva.
Qual a ligação entre o risco e a resiliência?
A gestão de risco está intrinsecamente ligada à resiliência. Enquanto a gestão de risco se concentra na identificação, avaliação e mitigação de potenciais ameaças, a resiliência foca-se na capacidade de lidar com essas ameaças e continuar a operar de forma eficaz, mesmo face a eventos adversos.
Uma abordagem resiliente perante o risco reconhece que é impossível eliminar completamente todos os riscos. Afinal, não existe risco zero. Em vez disso, procura criar uma cultura e estrutura organizacional que permitam à empresa detetar, responder e recuperar rapidamente de eventos negativos, minimizando o impacto e preservando a continuidade dos negócios.
Qual é a importância da resiliência no ambiente organizacional?
Além de criar plasticidade na hora de enfrentar eventos disruptivos, a resiliência desempenha um papel fundamental no ciclo de vida das organizações. Esta característica é essencial para o sucesso e sustentabilidade das empresas.
- Adaptação a mudanças: O ambiente empresarial está em constante evolução, com mudanças tecnológicas, económicas, sociais, e políticas regulamentares. As empresas resilientes são capazes de se adaptar rapidamente a essas mudanças, ajustando estratégias, processos e produtos para permanecerem relevantes.
- Superar adversidades: Todas as empresas enfrentam desafios e crises ao longo da sua existência, seja uma recessão económica, uma pandemia global ou problemas internos de gestão. A resiliência permite que as organizações superem essas adversidades, aprendendo com as experiências passadas, mantendo a calma sob pressão e encontrando soluções criativas para os problemas.
- Manutenção da continuidade de negócio: Perante interrupções inesperadas, como desastres naturais ou falhas de infraestrutura, uma empresa resiliente continua a operar sem interrupções significativas. Como? Através do desenvolvimento de planos de contingência robustos, da diversificação de recursos e da capacidade de se recuperar rapidamente de ameaças.
- Promoção do bem-estar da equipa: Empresas resilientes inspiram confiança e respeito entre os funcionários, clientes, investidores e outras partes interessadas.
O que fazer para ser resiliente?
A incerteza é a única certeza com a qual as empresas podem contar. Para fortalecer a resiliência dentro de uma empresa, é importante adotar uma abordagem abrangente que envolva todos os aspetos da organização, desde a cultura empresarial às práticas operacionais.
Comece por cultivar uma cultura organizacional resiliente, promovendo a adaptabilidade, a colaboração e a aprendizagem contínua. Uma comunicação aberta e transparente entre os colaboradores potencia a partilha de novas ideias e soluções para os problemas do dia-a-dia da empresa. É aqui que o papel da liderança assume maior importância. Os líderes devem ser os primeiros a dar o exemplo, demonstrando calma, confiança e determinação perante as adversidades. Investir na formação dos cargos de liderança para desenvolver habilidades de resolução de problemas, tomada de decisão sob pressão e gestão eficiente de crises é fundamental para construir uma equipa resiliente.
Outro aspeto a ter em conta é a antecipação dos riscos. A prevenção é de facto o melhor remédio, portanto aposte em análises regulares de risco para identificar potenciais ameaças e desenvolver estratégias de prevenção apropriadas. Lembra-se das ideias criativas de que falamos há pouco? A sua equipa de colaboradores resilientes irá analisar os riscos e responder com soluções à medida.
Por fim, é muito importante aprender com as experiências passadas. Analisar, analisar, analisar. Fazer análises pós-evento após situações de crise ou falhas, identificando oportunidades de melhoria, pode ajudar a fortalecer a resiliência futura da empresa. Integrar as lições aprendidas, garantindo que as experiências passadas sejam documentadas, compartilhadas e aplicadas, é fundamental para promover uma cultura de aprendizagem contínua e de melhoria.
Agora que já sabe um pouco mais sobre o poder da resiliência, pode começar a desenvolver as suas estratégias mais resilientes e contribuir para o crescimento da sua organização. Se quer aprender mais sobre estratégias de gestão e como ultrapassar o risco, visite o nosso blogue e explore o nosso conteúdo sobre gestão organizacional.
Autora: Diana Marques